A privacidade no Facebook: privado ou público?

Até que ponto é possível procurar a nossa página na comunidade Facebook? Até que ponto a nossa informação pessoal pode ser consultada e vista por todos os que nos procuram em motores de busca? Bastante fácil! Se formos uma marca ou empresa à procura de clientes certamente não há problema que ao pesquisar em motores de busca apareça a nossa página e, se aparecer logo nos primeiros resultados, tanto melhor. Mas, se for a nossa página pessoal, com as fotos da família, as mensagens no mural que dão indicações sobre onde estamos, certamente que aí não queremos de forma alguma que a nossa página apareça nas pesquisas. É então importante definir a privacidade.

3 formas diferentes de estar presente no Facebook

No Facebook encontramos 3 formas de estar presentes:

• Através do perfil pessoal: página individual onde cada um expõe a informação pessoal, fotos pessoais, etc.
• Através da página de empresa, site ou celebridade: o perfil pessoal apenas pode ter 5000 amigos. Para contornar esta situação, o Facebook disponibiliza as páginas de fãs onde, através do simples clique no botão “Gosto”, passamos a seguir a atividade de empresas, dos nossos grupos musicais favoritos, ficamos mais perto dos nossos atores preferidos. 
• Através da criação de grupos: o grupo funciona como um espaço onde se juntam pessoas com os mesmos interesses.

Mediante o nosso tipo de presença no Facebook, devemos pensar no tipo de privacidade que pretendemos.

Definições de privacidade

São vários os exemplos de situações mais ou menos constrangedoras, mais ou menos difíceis, que podem surgir caso não tenhamos as definições de privacidade bem limitadas na nossa rede social: relembramos a história da adolescente britânica que convocou os amigos para uma festa de aniversário através da criação de um evento no Facebook. O perfil dela era público e além dos 20 amigos que queria na festa, cerca de 21 mil pessoas também confirmaram a sua presença no evento. Obviamente a festa foi cancelada. Como tornar então, o nosso perfil privado?

O Facebook, por defeito, tem toda a informação disponível quando criamos o nosso perfil ou página de fãs. Quando criamos um perfil pessoal ou uma página de empresa, o Facebook está predefinido para criar uma listagem de procura pública para que outros possam ver o perfil do Facebook em motores de busca. Isso significa que quando alguém procura o nosso nome, irão ver a fotografia do perfil, assim como as redes, os amigos.

As definições de privacidade ajudam-nos a contornar esta situação, tornando a nossa informação mais segura, tanto quanto é possível no Facebook. Assim, em definições de privacidade, podemos personalizar três áreas:

• Quem pode ver as minhas coisas. Podemos escolher desde “Publico”, onde todas as nossas publicações são públicas e visíveis a todos, até a uma listagem previamente criada, e acessível apenas a contactos previamente escolhidos;
• Quem pode contactar-me. Para novos contactos é possível escolher as opções “Todos” – todos os que encontrarem o nosso perfil podem enviar mensagens e adicionar o nosso perfil a sua lista de contactos; ou a opção “amigos de amigos”, em que apenas perfis com contactos em comum possam adicionar o nosso perfil ou enviar mensagens.
• Quem pode procurar por mim. Ao criar um perfil no Facebook, deixamos informação pessoal como e-mail e numero de telefone. Estes dois dados podem ser usados para procurar pelo nosso perfil. Aqui podemos definir se os utilizadores podem utilizar esta informação para nos encontrar. Podemos ainda definir se os motores de busca podem encontrar o nosso perfil, ligando esta opção.

Ao longo do tempo de existência desta rede social, as definições de privacidade foram sendo revistas e novos elementos adicionados. Assim, hoje em dia é possível criar listas onde incluímos os nossos contactos por categorias:

• Amigos
• Amigos Chegados
• Família
• Colegas de Trabalho
• Conhecidos
• E quantas listas quisermos fazer e acharmos necessárias

Há informação que partilhamos com os nossos amigos que não partilhamos com os colegas de trabalho, ou informação que apenas tem interesse para a família. Se na vida offline fazemos esta distinção, porque não fazê-la na vida online?

Para criar listagens de contactos é fácil: acedemos a nossa lista de amigos, no nosso perfil (A lista está disponível no perfil e não no feed de noticias). Em frente a cada contacto, está a listagem a que pertence no momento. Passe o cursor por cima e aparecem as seguintes opções:

• Adicionar a listagens (mostrando as listagens existentes)
• Lista nova (caso pretenda uma lista que não existe, pode então criá-la)

Depois de criada a nova listagem, fica disponível no lado esquerdo, e pode aceder directamente a ela, vendo a informação dos contactos que fazem parte, ignorando a informação de outros contactos que não quer ver tanto. Para definir o que quer ver desta listagem, no canto superior direito encontra o botão “Gerir Lista”.

De cada vez que partilha um conteúdo, é possível escolher com quem quer partilhar a informação, escolhendo a lista que mais se adequa.

Grupos

Quando criamos uma página de “Grupo” é -nos é pedido qual o tipo de grupo que queremos criar, estando inerentes a cada grupo determinados graus de privacidade:

• Aberto: todos se podem juntar, pesquisar, publicar informação no muro, e é imediatamente indexado às pesquisas em motores de busca.
• Fechado: apenas aparece nos resultados do Facebook, quando pesquisado. Apenas a descrição do grupo é visível para os que não fazem parte. Todos os pedidos para se juntar ao grupo são aprovados pelo administrador.
• Secreto: o grupo é completamente fechado e não aparece qualquer indicação nas pesquisas. Fazer parte do grupo é sempre feito por convite. Todas as restantes opções de criação de perfil e página necessitam de alterações às definições de perfil.

Público vs privado

Se a nossa intenção é chegarmos ao maior número de pessoas possível, porque temos uma empresa ou uma marca para divulgar, certamente que as definições de privacidade assumem uma importância menor. Queremos interagir com o público e que o público corresponda. Se queremos fazer da nossa página pessoal o ponto de encontro com os nossos amigos, mostrar as fotos dos nossos filhos, dizer onde vamos, como vamos, como o fazemos, certamente que ter uma página resguardada dos olhares alheios é importante. Em todos os casos, é sempre possível controlar o que mostramos, controlar quem interage no nosso mural.

Mark Zuckerberg, o criador do Facebook, referiu em tempos que se tivesse de criar novamente esta rede social, não incluiria definições de segurança, ficando toda a informação disponível para quem a quisesse ver. Fica a questão: será que se a informação fosse tão livre assim o Facebook teria o sucesso que tem? Apesar de ser livre a associação às redes sociais, na verdade gostamos delas porque de alguma forma temos algum controle sobre o que mostramos e a quem queremos mostrar.