O processo de digitalização nas empresas

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De acordo com a OCDE (Organização para a Cooperação de Desenvolvimento Económico), em 2017, 76.9% das famílias portuguesas tinha acesso à Internet, enquanto em 2007 esta percentagem era apenas de 39.6%. Este crescimento relativo à utilização da Internet, também se sente na evolução das empresas, sendo que a digitalização tem desafiado recorrentemente os mercados, quer pelas mudanças na interação com o cliente, quer pela otimização dos processos internos.

A digitalização é uma tendência mundial que tem aberto várias oportunidades de negócio. Um ótimo exemplo do impacto que a digitalização tem tido nas últimas décadas, é a evolução da indústria musical.

Análise da evolução da indústria musical

Antes do iTunes, esta indústria era completamente controlada pelos estúdios. A única opção para adquirir uma peça musical era comprando o álbum – contendo várias peças nas quais o consumidor poderia não estar interessado.

Com o surgimento do iTunes, os consumidores puderam, pela primeira vez, comprar músicas individuais. Os estúdios não esperavam uma mudança tão significativa no seu mercado, em especial, provocada por uma empresa fora da indústria.

Mais tarde, esta indústria voltou a sofrer mudanças significativas: o Spotify permitiu aos consumidores aceder a milhares de músicas sem ter que as comprar individualmente.

Em poucas décadas, tanto os modelos de negócios, como as principais empresas do sector mudaram de uma forma irreversível. Este é o exemplo perfeito para nos mostrar que temos de estar atentos à evolução das indústrias, sendo que devemos estar prontos a mudar o nosso modelo de negócio, a qualquer momento, de modo a continuarmos competitivos e lucrativos.

A transformação digital

A transformação digital envolve muito mais do que digitalizar o seu negócio. Enquanto digitalizar passa apenas por integrar tecnologias digitais nas rotinas da sua empresa, a transformação digital envolve repensar os processos internos e o modelo de negócio da sua empresa.

Há três elementos essenciais a qualquer transformação digital:

1. A liderança comprometida

As transformações digitais são, por norma, motivadas pelas pessoas nos cargos mais elevados e estratégicos da empresa. No entanto, a mudança ocorre maioritariamente ao nível operacional.

É frequente que pouco tempo depois, aqueles que motivaram a transformação se foquem em assuntos mais urgentes, deixando a transformação digital para segundo plano. Isto leva a que os colaboradores considerem as mudanças pouco importantes ou mesmo opcionais. Assim sendo, é necessário que a gestão se mantenha focada no objetivo, para que a empresa continue sempre a evoluir.

2. Colaboradores com competências digitais.

Por vezes, o maior impedimento à mudança é a falta de competências digitais dos colaboradores, ou a sua inércia em usá-las. Aqui, uma boa tática é minimizar o impacto desta transformação, adequando os softwares utilizados às competências dos funcionários.

Por outro lado, é importante que seja feita uma forte aposta em formação, de forma a que os colaboradores ampliem o seu conhecimento digital, adquiram um nova visão do negócio e encontrem resposta a eventuais questões.  

3. Agenda digital:

Uma agenda digital consiste em planear e executar um conjunto de atividades com o objetivo mudar a cultura organizacional. Embora, por vezes, este passo seja ignorado, criar uma agenda digital é fulcral, pois a transformação digital não ocorre sem o envolvimento dos colaboradores.

Para além dos envolvimento dos colaboradores na mudança, criar uma agenda digital permite que a cultura organizacional se mantenha competitiva, pois gera a capacidade de questionar permanentemente o modelo de negócio e avaliar as oportunidades que podem ser criadas com o surgimento de novas tecnologias.

A Digitalização e o Crescimento do E-commerce

O comércio eletrónico é um setor que tem crescido a um ritmo veloz. Segundo dados da E-Commerce Foundation, 2 em cada 3 portugueses fazem compras online, o que representa um crescimento de 12,5% em 2017, face ao ano anterior. Este crescimento deve-se a vários fatores, inclusive ao processo de digitalização que as empresas estão a sofrer. 

Quando falamos de e-commerce, há uma vantagem particularmente interessante: a possibilidade de alcançar os consumidores que fogem do padrão de consumo. Podem ser consumidores com preferências e necessidades pouco comuns, dispersos geograficamente ou que não conseguem ser satisfeitos pela oferta do comércio local. Assim, muitas vezes, estes consumidores recorrem às lojas online para obter os produtos e serviços que necessitam.

E-commerce para pequenas empresas

A par da digitalização de todos os seus processos, as pequenas empresas devem começar com um serviço de e-commerce standard, pois este é o que tem um custo de investimento inicial mais baixo. À medida que aumenta o número de cliente e conquistam o retorno ao seu investimento, poderão considerar melhorar  a sua presença online através de uma nova loja, desenvolvida especialmente para o seu negócio e com foco nos seus clientes.

E-commerce para grandes empresas

O maior desafio para as cadeias de lojas físicas que pretendem estabelecer uma presença digital, é a comunicação e sincronização entre os vários canais. Um consumidor pode comprar um produto online e dirigir-se à loja física para o trocar ou devolver, pois para o consumidor não há uma diferença tangível entre os canais, visto que a marca é mesma. Por esta razão, estabelecer um ambiente de omnichannel é crucial para empresas que possuam venda física e online.

Independentemente da solução digital que esteja a considerar, lembre-se que parte do sucesso dessa solução passa por quem a irá concretizar. Certifique-se que tanto os seus colaboradores, como os seus parceiros têm as competências necessárias e que estão alinhados com os seus objetivos. Isso será um fator-chave no sucesso do seu projeto!